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A Nave

Atualizado: 21 de abr. de 2022




A nave, por sua estrutura, aparece como uma imagem simbólica do Cosmo. Seu mastro central representa o Eixo do mundo, que vai do zênite ao nadir, e a gávea, que em muitas ocasiões o rodeia circularmente por cima, equivale ao “olho do domo” das catedrais e de todo edifício construído seguindo o mesmo modelo cósmico. Advirtamos que o espaço interior do templo cristão também se denomina nave, sendo esta precisamente um dos emblemas dos pontífices católicos, também chamados “pastor e nauta”. Desta forma, a nave está orientada segundo os quatro pontos cardeais: a direção proa-popa assinala o eixo vertical norte-sul, e a direção estibordo-bombordo o eixo horizontal este-oeste. É também uma imagem da Arca boiando sobre a superfície das Águas Inferiores, contendo os germes de um novo ciclo, pelo que também é relacionada com a copa, a matriz, e por extensão com o coração e a caverna. Lembraremos que o antigo lema dos marinheiros: “Navegar é preciso, viver não é preciso”, ilustra-nos perfeitamente acerca do sentido profundo da navegação, do peregrinar pelas Águas Inferiores em busca do Centro, simbolizado pela ilha ou continente mítico das origens. Efetivamente, a vida não tem nenhum sentido, nenhuma “orientação”, se ela não está concebida como uma aventura em busca do Conhecimento, para o qual é necessário, como se diz no I-Ching, atravessar as “Grandes Águas”, ou o “Mar das paixões” inerentes à individualidade humana, como se afirma no hinduísmo, e em geral em todas as tradições.

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