O Profeta: uma nova tradução
Rafael Arrais | 24 de setembro de 2019Trecho selecionado de “O Profeta”, a obra prima de Gibran Khalil Gibran, traduzida do original em inglês por Rafael Arrais.
Esta edição digital também incluí uma seleção de ilustrações do próprio Gibran.
Disponível para Amazon Kindle e Kobo
E UM POETA lhe disse, “nos fale da Beleza”.
E ele respondeu:
“Onde deverão buscar a beleza, e como a poderão encontrar, a menos que ela mesma seja o seu caminho e o seu guia?
E como poderão falar acerca dela, a menos que ela mesma seja a tecelã de suas palavras?
Os feridos e os ofendidos dizem, “A beleza é amável e gentil.
Como uma jovem mãe, um tanto encabulada em sua própria glória, ela caminha entre nós”.
E os apaixonados dizem, “Não, a beleza é uma força terrível e poderosa.
Como uma tempestade, ela sacode a terra abaixo e os céus acima”.
Os cansados e os gastos dizem, “A beleza é um sussurro suave.
Ela nos fala em nosso próprio espírito.
Sua voz cede aos nossos silêncios como uma luz tênue que tremula por temor da sombra”.
Mas os desassossegados dizem, “Nós ouvimos os seus gritos ecoando pelas montanhas,
E com eles vinham o som dos cascos dos cavalos, o bater das asas das aves e o rugido dos leões”.
À noite, os guardas da cidade dizem, “A beleza surgirá do leste com a alvorada”.
E ao meio-dia, os trabalhadores e os caminhantes dizem, “Nós a temos visto se inclinando sobre a terra, das janelas do poente”.
No inverno, os que estão presos na neve dizem, “Ela chegará junto com a primavera, pulando sobre as colinas”.
E no calor do verão os que fazem a colheita dizem, “Nós a vimos dançar com as folhas do outono, e havia flocos de neve entre seus cabelos”.
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