Teoria da Conspiração

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    Da paixão

    Igor Teo | 24 de outubro de 2015

    Cena clássica: uma pessoa encontra outra. Pode ser alguém do convívio da faculdade ou do trabalho. Ou alguém que apenas cruzou a rua e trocou olhares. Pode ser que você até conheça a outra pessoa, saiba seu nome e que locais ela freqüenta, mas não consiga ter um contato mais próximo, talvez por timidez ou falta de oportunidade. Fato é que a outra pessoa é vista como exatamente aquilo que falta na sua vida para você ser feliz. A outra pessoa é o máximo, o jeito como ela se move e se veste, o que ela fala e pensa, tudo é incrível. Mas não são apenas as qualidades que te atraem, pois mesmo os defeitos parecem ser coisas admiráveis, e ao invés de realmente incomodar, fazem o outro ser ainda mais desejado. Tudo que você espera é estar junto dessa pessoa incrível.

    Acho que os leitores já devem ter passado por essa experiência, não uma, mas algumas vezes. Neste texto vamos apresentar o mecanismo psicológico envolvido nesse fenômeno tão comum e até exaltado em nossa cultura. 

    A fantasia do romance perfeito em que duas pessoas se encontram e se completam é algo constantemente alimentado pela produção artística popular das últimas gerações. Séries, filmes, novelas, livros e peças estão constantemente nos bombardeando com histórias de romances em que a fórmula do amor é traduzida por 1 + 1 = 1. Uma pessoa encontra outra e assim elas se fazem não duas, mas um casal.

    Neste sentido, somos constantemente cobrados socialmente por essa fórmula enquanto modelo ideal de existência. Seja pelo tio que na ceia de natal pergunta “e as namoradas?”, ou pela situação vivenciada por sujeitos em relacionamentos poliafetivos, ao encontrarem dificuldades em se validarem socialmente enquanto formas estáveis de relacionamento. É a fantasia que de algum modo somos incompletos, e que lá fora no mundo está alguém, e apenas uma única pessoa, que tem as qualidades perfeitas para completar isso que falta em nós. Assim devemos buscá-la ou aguardar que ela nos encontre para então nos permitirmos ser felizes.

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    Essa fantasia parte de uma premissa correta: somos incompletos. A todos nós falta algo que não sabemos exatamente o quê. Sabemos apenas que nunca estamos inteiramente satisfeitos com tudo que a vida tem para nos oferecer no momento. O que é algo interessante. A falta é o motor do desejo, impelindo o sujeito a continuar vivendo. Enquanto há falta, há desejo por buscar algo mais, nos movendo pela própria vida. O problema se torna quando a falta se torna reificada, paralisando o sujeito, congelando-o nessa posição de que ele é infeliz porque algo falta; ou, por outro lado, quando a falta se torna algo aterrorizante, e o sujeito, para não ter que se a ver com ela, faz de tudo para escamoteá-la, escondê-la, se precipitando em comportamentos obsessivos para controlar tudo que é contingente. Estas duas posições são respectivamente os quadros clínicos da histeria e da neurose obsessiva.

    Ainda que partindo de uma premissa correta, tal fantasia chega a uma conclusão precipitada: o outro tem isso que me falta, e ele pode me dar ou conceder. Há muitos casais que embarcam nessa fantasia e que podem funcionar relativamente bem até certo ponto. Mas em algum momento, isso tende a mostrar sua falha. Porque o outro será sempre o outro. Ele tem seus próprios desejos, suas aspirações, suas razões. Ele não existe para satisfazer minhas necessidades, mas ele próprio tem necessidades a serem contempladas, onde, ainda que eu possa estar entre elas, jamais se resumirão apenas a mim. Neste sentido, colocar no outro o papel de lhe fazer alguém completo e feliz pode ser bastante arriscado.

    Mas se o outro é alguém tão imprevisível, por que o desejamos? Porque não acreditamos que ele seja tão selvagem. Colonizamos o outro a partir de nossas fantasias de como ele é ou deve ser. Obtemos algumas pistas do seu semblante, seu modo de ser, seu estilo, aquilo que ele diz pensar, e o resto ocupamos com nossas projeções, aquilo com que desejamos nos encontrar. Esse é o mecanismo da paixão.

    Não nos apaixonamos pelo outro por suas características reais. Poucas vezes temos tempo suficiente para conhecê-las antes de já nos sentirmos apaixonados. Apaixonamo-nos por aquilo que projetamos no outro a partir de seu semblante. É o cara que tem pose de mau, e isso reflete a nossa própria necessidade de fazer “algo errado” e sair dos padrões sexuais. É a garota que tem cara de perigosa, e isso reflete nossa própria necessidade de viver alguma aventura romântica sem promessas. É o homem complicado ou a mulher problemática, que reflete a nossa própria necessidade de ser herói e solucionar a vida dos outros. É o cara estiloso e bem-sucedido, que reflete nossa própria necessidade de ascensão. É a garota que tem amigos legais e vive uma vida intensa, que reflete o descontentamento com o estado atual da nossa vida. O outro da paixão é assim a projeção da salvação que desejamos para nós mesmos. E um salvador não num sentido de um bem, mas no sentido de ser um álibi para nosso desejo.

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    A paixão é um efeito de semblante. Não nos apaixonamos por qualquer um, mas o outro da paixão deve guardar algumas características que ativem nossa fantasia. O outro deve ser suficientemente aquilo que fantasiamos, e não desmentir muito o que acreditamos. Algo que com o passar do tempo está fadado ao fracasso. Um dia acordamos e vemos que a paixão acabou. Por que o outro mudou? Talvez. O mais provável é que nós mesmos tenhamos mudado. Aquilo que nos movia quando nos apaixonamos não é mais tão presente nas nossas vidas, e assim ansiamos por outras coisas. Ou por vezes, um relacionamento chega ao fim, mas uma das partes continua apaixonada, presa ao outro por suas projeções.

    Acontece que em nossa cultura estamos excessivamente viciados em paixão. E assim muitas vezes pulamos de relacionamento em relacionamento, ou ficamos preso a uma determinada pessoa mesmo após o fim de uma relação, sem entendermos o que está se passando internamente conosco. Estamos apaixonados pelo próprio sentimento de paixão, buscando uma chama no outro que na realidade é apenas nosso reflexo. Nesse aspecto que um trabalho de autocompreensão, como uma psicoterapia, pode ter muito a acrescentar ao sujeito, permitindo-o encontrar em si aquilo que parece ansiar dos outros. Evidentemente, isso não quer dizer prescindir do outro enquanto companhia, mas poder viver de forma mais plena os relacionamentos, sem a necessidade imaginária de uma completude desconhecida.

    _________________________________________________________________________________________________________
    Igor Teo é psicólogo e psicanalista. Curta a sua página no facebook.

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    4 Responses to “Da paixão”

    1. carlos disse:
      26 de outubro de 2015 às 4:23

      Se a paixão é uma auto-projeção, o que é o amor?

      Responder
    2. Rodrigo disse:
      27 de outubro de 2015 às 0:30

      Eu amo a Samar. O que eu sinto por ela é o que então? Nada??? Não creio nisso… creio em algo superior e profundo, não em processos químicos cerebrais!

      Responder
      • Carlos disse:
        28 de outubro de 2015 às 17:46

        Na minha opinião, os processos químicos e cerebrais são a forma da manifestação de algo – espiritual, talvez – para quem está encarnado. Talvez seja a forma mais lógica e desenvolvida que quem nos criou viu para nos fazer sentir as manifestações da alma e também sofrer e ser feliz para haver a experiência do espírito. Pois sem essa ilusão criada pelo cérebro tudo seria inerte… tanto que pessoas que tem a Síndrome Riley-Day se machucam e fica por isso mesmo e podem até se machucar novamente pela mesma razão, pois não houve o registro de experiência no cérebro, ou seja, não houve aprendizado, pois não sentem dor.
        Hoje, por causa da ciência, tudo perdeu a “magia” por que tudo se tornou um processo lógico. Todo o mistério do sentimento se tornou em descarga de processos químicos, que, para aqueles que aprenderam como, podem manipular o que sentir. Nem tudo está sob controle é lógico..
        Minha intuição diz que é por isso que a forma deve ser subjugada pelo espírito, pois ela só nos ilude.

        Responder
    3. Felipe Soares disse:
      13 de janeiro de 2016 às 12:22

      Ponto de vista interessante, infelizmente fere pessoas que não entendem.
      Fere também aqueles cujo suas projeções estão em outra pessoa e eles não percebem isso. No meu caso entendi o sentido do texto e tem muita lógica, encontrei pontos em minha própria relação conjugal em que a visão do texto faz sentido, assim como pude ver que a maioria dos meus relacionamentos se basearam nisso, em projetar no outro minha própria expectativa.
      O engraçado é que no relacionamento atual isso é mínimo e o texto me ajudou a refletir sobre onde estou errando em criar expectativas, creio que nesse relacionamento eu não me baseio mais em expectativas do que em sentimento, pois me sentia completo antes de encontra-la.
      Talvez um dia ainda seja pra ela o caso de encerrar suas expectativas em relação a mim e nossa união acabe, talvez não.
      Ao menos eu consigo aproveitar de cada dia o melhor que ela tem a oferecer em todos os sentidos.
      Tudo é aprendizado, não é uma questão de amor, o amor é diferente do que as novelas, filmes e livros mostram. O amor em si nunca foi um sentimento,
      Uma relação não serve para nada além de nos ensinar a sermos melhores com nós mesmos e com os outros, a sermos mais tolerantes, mais compreensivos, a entendermos que a pessoa ao lado e as outras sao partes de nós mesmos em outros corpos.

      Responder

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