Maçonaria e Islamismo
Kennyo Ismail | 5 de julho de 2018O Islamismo não é uma religião radical. É apenas uma religião como as demais que, por ter mais de 1,5 bilhão de adeptos, possui algumas vertentes baseadas em diferentes interpretações de diferentes passagens de seu livro sagrado, sendo que apenas uma minoria dessas é radical. O mesmo ocorre no Cristianismo, que também possui suas vertentes minoritárias radicais, fanáticas, baseadas em diferentes interpretações de suas sagradas escrituras. Não é toda mulher muçulmana que usa burca ou véu, assim como não é toda mulher cristã que tem cabelo até o joelho e saia até o calcanhar.
Por isso, não se pode julgar 1,5 bilhão de pessoas presentes em dezenas de países com base em grupos terroristas que agem por si próprios e sem a concordância de qualquer país ou mesmo de autoridades religiosas. E no que se refere a autoridade religiosa, o Islamismo não possui uma hierarquia com autoridade constituída, não existindo algo um “Papa” ou algo do gênero. Por esse motivo, dizer que existe uma postura oficial do Islamismo sobre determinado assunto seria, no mínimo, imprudente.
O Dr. SM Ghazanfar, professor emérito da Universidade de Idaho, escreveu em um de seus artigos que “alienantes por aqueles que são diferentes, nós acabamos nos afastando e diminuindo nossa própria humanidade”. Que a Maçonaria, essa Sublime Ordem cuja finalidade é a felicidade da humanidade, saiba renovar seu compromisso de unir os diferentes pelo que eles têm em comum.
Gosto muito da simbologia da luz refratada pelo prisma. É algo tão simples, tão fácil de ser percebido e até intuído e que dá para complicar filosoficamente, caso a razão o queira… Acho que se eu tivesse que deixar rapidamente um símbolo para representar minha visão de mundo, creio que seria a luz sendo refratada por um prisma, porque é mais fácil de entender que a Árvore da Vida, que precisa de muito estudo, e vai chegar perto nas noções básicas. Desculpe dar esse rodeio, mas é que é uma pena ver gente brigando pelo azul, pelo verde ou pelo vermelho ainda nos dias de hoje e aqui meu ponto de vista coincide com seu texto… só me pergunto quando isso vai acabar…
Há uma certa similaridade entre os demônios da Goécia e os djinns. Os djinns são mencionados na surata 72 do Alcoorão, e foram dominados por Salomão. Isso remete aos 72 demônios da Goécia nas Clavículas de Salomão.
Pessoalmente, eu acredito que estes djinns/demônios da Goécia são relacionados aos arcanos. Digo isso a partir de conceitos de G.O. Mebes, em seu livro Os Arcanos Maiores do Taro, pag. 200, que afirma que os arcanos maiores podem ser reduzidos a 18, pois os arcanos 19, 20 e 21 podem ser considerados como os arcanos 1, 2 e 3 complementados por arcanos menores. Essa consideração é particularmente relevante quando observados em ciclos (não incluindo-se aí O Louco). Pois então, os 18 arcanos maiores representariam a natureza temporal (cíclica). Multiplicando-os por 4 (quatro elementos, quatro pontos cardeais), tem-se a natureza espacial, totalizando 72. Estes 72 representariam, portanto, toda a ação espaço-temporal dos arcanos. Eu considero esta visão particularmente atraente por ser uma forma elegante de se calcular o número dos demônios da Goécia.
Djinns, demônios, arcanos seriam a mesma coisa. Quando considerados como demônios, seria o caso do divino ser transformado em demônio por não se adequar aos dogmas do cristianismo/judaísmo, talvez. Porém, esta relação com os arcanos é insuspeita para a maioria das pessoas, talvez significando que a humanidade os esteja assimilando de forma mais natural, nem como djinns, nem como demônios.
É interessante buscar desenvolver um relacionamento com os arcanos não como meras cartas do tarot para se responder perguntas e prever o futuro e sim como consciências, tal como afirma o islamismo.
Quando se fala em gênios e que eles podem serem aprisionados, dando origem aos gênios das lâmpadas, está se referindo a magia goética que muitos dizem serem atribuída a Salomão a sua criação? Então os demônios goéticos seriam esses gênios que trabalhados na magia goética? Se não, a magia goética usa somente esse princípio ou é apenas algo diferente?