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O Equilibrista

Atualizado: 21 de abr. de 2022



Só responsabilidades?

Claro que não. Também há vantagens, prazeres…

Porém, parece não ser possível fugir da dualidade…

Pois se você só usufrui, imediatamente isso criará um desequilíbrio na área diametralmente oposta.

E isso parece ser uma Lei da Vida. Da Natureza.

Pois não importa onde eu olhe, eu vejo isso atuando.

Em algumas situações, o desequilíbrio é mais evidente, pois seus efeitos são bem perceptíveis aos meus sentidos.

Mas em outras situações, os efeitos são mais ocultos. Eles ocorrem em um nível mais sutil de realidade. Nível esse que muitas vezes não é detectado pelos meus sentidos comuns.

Mas eu acredito que o efeito está lá, pois acontecem certas sincronicidades absurdas que acabam conectando fatos aparentemente desconexos…

Fazendo uma simulação de todos os efeitos desequilibradores que causei e que causarei na minha vida… a imagem que surge diante da minha mente é a de um equilibrista sobre uma corda bamba.

Quando a corda pende demais para um lado, o equilibrista deve recuperar a posição neutra, ou, ao menos, contrabalancear na direção oposta, para que não caia.

Talvez na vida se deva fazer algo semelhante. Equilibrando-se sobre a corda, para poder ter a melhor experiência de vida possível.

Não balançar na corda é extremamente difícil. O mais provável é que você e eu iremos balançar; é inevitável.

E ficar parado não é uma opção, pois ficar parado é ainda pior para se manter o equilíbrio.

Aumenta-se as chances de cair. Ou seja, para se ter segurança, deve-se continuar se movendo.

Outro fato é que nenhum equilibrista nasce sabendo a arte do equilíbrio. O artista só cresce em alguma arte se praticá-la. Para isso, deve tentar. Ao tentar, irá errar. Irá cair.

Mas ao cair, o artista estará realizando sua obra: que é praticar. O erro faz parte do caminho.

Interessante como costumo pensar que errar é ruim, é errado. Ao meu redor, também vejo pessoas pensando o mesmo. Mas errar é essencial ao caminho. Errar é a melhor experiência de aprendizado que se pode ter, se você souber usá-la. Ao errar, deve-se ao mesmo tempo perdoar-se pelo erro e aprender a lição que aquele erro está ensinando.

O erro é o ajuste que deve ser feito. Ao mesmo tempo que devo fazer o melhor que posso para não errar, não devo me crucificar nem me martirizar por ter errado. Afinal de contas, eu não sou perfeito. Eu não sei tudo. Nem mesmo os mestres sabem tudo, embora eles não gostem de admitir. Na verdade, o verdadeiro mestre somente é mestre porque aprendeu o máximo que pôde com os erros, foi humilde o suficiente para reconhece-los e saber seu próprio nível na arte, e foi galgando degrau por degrau. O verdadeiro mestre continua aprendendo, pois sempre há algo para aprender, não importa quão alto se suba na graduação de alguma arte.

Então, o perdão é essencial. A humildade também. Ambos estão ligados. Só se perdoa quando se é humilde, consigo mesmo e com outras pessoas. Quando se é tolerante, também. Humildade e tolerância são valores meio que mesclados… onde termina um começa o outro e vice-versa. E só se perdoa quando se reconhece quem se realmente é. Isso tudo, mais a perseverança; a vontade que se mantém, o fogo que arde no peito e te leva aonde você precisa ir.

***

Texto publicado originalmente no blog Labirinto da Mente em 25/07/2014.

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