Retirado do Tao Te Ching (*)
Se pudéssemos esquecer de nossa sabedoria e de nossa perspicácia, isto seria um imenso benefício para toda a vizinhança. Se pudéssemos esquecer de nossa benevolência e de nossa moral, a vizinhança voltaria a ser amável e bondosa. Se pudéssemos esquecer de nossas máquinas e de nosso desejo incessante de enriquecer, na vizinhança não mais se contariam nem ladrões nem malfeitores.
Pois esses são os três novos métodos, e todos eles desprezam o Caminho Antigo, inventando palavras e pseudo-virtudes para mascarar sua desgraça.
Devemos diminuir o brilho e nos mesclar à vizinhança. Quando a simplicidade se alinha a Vontade, os desejos estúpidos e as pseudo-virtudes desvanecem junto com nosso orgulho e nosso ego.
***
Todo mês traremos mais uma passagem do Tao Te Ching…
(*) Nesta tradução exclusiva do Tao Te Ching a partir da tradução clássica de James Legge para o inglês, Rafael Arrais (autor do blog Textos para Reflexão) usa do auxílio precioso das interpretações do ocultista britânico Aleister Crowley e do filósofo brasileiro Murillo Nunes de Azevedo para compor uma visão moderna da antiga sabedoria de Lao Tse.