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Rastros Luminosos

Atualizado: 17 de abr de 2022

Só vale a vida terrestre – pelo bem que fizermos… Pelo rasto de luz que deixarmos após a partida… Se entre o teu berço e esquife bocejar um vácuo hiante, uma treva estéril, não viveste – vegetaste apenas… “Aqui jazem os restos mortais de fulano, que morreu – mas não viveu”…

Meu amigo, faze da tua vida um poema de fé – uma epopéia de amor… Assinala tua passagem pela terra com uma esteira de amor e benquerença… São tantos os males – não os aumentes com tua chegada… São tantas as dores – não as intensifiques com tua aspereza…

Ilumina a zona da tua presença com grandes idéias e belos ideais… Por que extinguir essas lâmpadas que, incertas, bruxuleiam? Por que quebrar de todo a cana fendida? Por que apagar a mecha fumegante?

Fala às alma sem luz das luzes eternas… Aponta às almas tristes as alturas de Deus… Não olhes, como o chorão, para a terra – que um ente querido tragou… Verdade nas palavras, sinceridade nas intenções, bondade nos atos, indulgência no juízo, fidelidade nas promessas, serenidade na dor, castidade contigo, caridade com todos – margeia destas luzes tua vida e a vida dos outros…

Ninguém é infeliz em hora noturna – quando sabe que à noite sucede sorridente alvorada… Faze transbordar nas almas o excesso da tua plenitude. Transfunde nos homens a abundância da tua luz. Comunica ao mundo a beatitude de que Deus te encheu.

Fixa a estrela polar da vontade divina – e dirige tua nau por trevas e procelas… Mão firme no leme! – serena confiança na alma!… Tua calma acalmará os companheiros da travessia…

Se, algum dia, desalento te invadir o coração – dize-o ao Deus eterno, e não a creaturas efêmeras! Se lágrimas rebeldes romperem as represas – chora a sós com o Onipotente, e não com seres impotentes. Se dúvida atroz te oprimir o espírito – pede luzes ao Sapiente, e não aos insipientes.

Vive assim como desejarias ter vivido quando a morte teu corpo ceifar… Erige nas almas dos pósteros um monumento de amor – um obelisco de fé…

Fonte: Huberto Rohden, De Alma para Alma: Martin Claret, 2011. pg. 55.

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